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17 de maio de 2012

Trabalho Missionário SMIC


  • Entrevista 
  • Quem foi Dom Amando Bahlmann 
  • E a missão Cururu  SMIC 
  • Há cem anos, Frei Amando Bahlmann, OFM, era nomeado bispo da Prelazia de Santarém. Três anos depois, este missionário alemão fundava a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. Responsável por este legado na região, Irmã Maria Petronila de Sousa Soares, ou simplesmente Irmã Nila, conta nesta entrevista um pouco da história da congregação e fala do desafio de manter este legado num mundo cada vez mais secularizado, numa região tão ampla e tão rica de belezas naturais e, por conseqüência, não menos rica em conflitos. “No ano passado, abrimos as comemorações do centenário de chegada de Dom Amando e, em 2010, vamos comemorar o centenário de fundação da Congregação. A nossa história não pode se separar dos franciscanos”, explica.
Por Moacir Beggo
  • Site Franciscanos - Como nasceu a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição?
Ir. Maria Petronila  Dom Amando Bahlmann chegou exatamente em 1907 a Santarém. Logo depois, em 1910, ele fundou a Congregação. Tudo começou quando ele foi à Alemanha e, numa celebração no Convento das Clarissas, em Münster, perguntou se algumas delas não querima ser missionárias na Amazônia. Elas disseram que não, mas contaram a ele que havia uma professora ingressando na Ordem. Então, Dom Amando entrou em contato com ela e acertou a vinda para o Brasil. Primeiro esta professora fez um Postulantado rápido com as Clarissas, vestiu o hábito e veio para o Rio de Janeiro, onde passou a morar no Convento da Ajuda das Concepcionistas. Com elas, a jovem irmã formanda passou uns dois meses e, quando viajou para Santarém, teve a companhia de mais 4 concepcionistas que deixaram o convento para ser missionárias. Só que duas abandonaram a congregação e uma, depois de 10 anos, retornou ao Mosteiro no Rio. Na verdade, Dom Amando considera co-fundadora a Madre Imaculada, que foi quem implantou o espírito da congregação. Por causa da família franciscana, temos a espiritualidade franciscana como centro de nosso carisma. Na verdade, o nome da congregação deveria ter a palavra franciscana, mas quando Dom Amando foi registrá-lo em Roma, já existia uma congregação assim chamada e, como ele tinha pressa, ficou Irmãs Missionárias. Além disso, a irmã co-fundadora tinha sido curada em Lourdes de uma tuberculose óssea - já tinha perdido um dedo e ia amputar um braço - e, com toda essa devoção a Maria – que também é do carisma franciscano -,  nossa espiritualidade não poderia deixar de ser mariana e franciscana. E como a congregação foi fundada para a missão, ela é missionária. Tanto é que Dom Amando mandou logo no início as irmãs para a missão indígena com os frades, que é a Missão de São Francisco do Rio Cururu, onde estamos ainda hoje. E ela se espalhou no Baixo Amazonas, que naquela época não conhecia a presença de religiosas. Os franciscanos e as irmãs foram os primeiros. Então, todas as escolas, hospitais que existem por aquela região, foram construídos por Dom Amando e Madre Imaculada. Pela necessidade da região, nosso trabalho é direcionado para a educação, saúde e a evangelização. 
  • Site Franciscanos - E como se tornou uma grande congregação?
Ir. Nila  Cada vez que Dom Amando ia para a Alemanha, trazia jovens de lá para serem missionárias na Amazônia. Muitas morreram com febre amarela naquela época. Depois começaram a surgir as vocações nativas. É tanto que, hoje, praticamente a gente não tem irmãs alemãs. Só as que estão na Província da Alemanha, que são praticamente 36, e as da Província da Namíbia, que também tem algumas, mas nas duas províncias do Brasil só tem uma. Nos EUA, elas são bem idosas. No Brasil, uma província tem sede em Belém, que tem como território os estados do Pará, Amazonas, Maranhão e Ceará, e outra com sede em Salvador, que tem como território Bahia, Pernambuco, Sergipe e Piauí. Nós ficamos praticamente no Norte e Nordeste. 

  • Site Franciscanos – Em que países a congregação está hoje?
Ir. Nila - Temos a Província da Alemanha, da Namíbia, de Tawain e dos EUA. 

  • Site Franciscanos – Como foi esta expansão mundial?
Ir. Nila  Olha, como são os caminhos de Deus! Dom Amando com a co-fundadora viajaram aos Estados Unidos para arrecadar fundos visando à construção do Colégio Santa Clara em Santarém, para órfãos. Lá, no Convento São Boaventura, dos franciscanos da América do Norte, ela caiu, fraturou o fêmur e não pôde retornar para o Brasil. Aí, veio a 2ª Guerra Mundial e, então, ficou mesmo impossibilitada de retornar. Mas ela não parou. Abriu um noviciado lá e iniciou uma província nos EUA. Mesmo permanecendo por 14 anos acamada, ela governou a Congregação do leito. Tanto que o  Generalato era lá em vez de ser em Santarém, que é a sede da fundação. Dali, ela enviou as irmãs para Taiwan e para a China. Por causa da revolução chinesa, as irmãs foram expulsas do país, mas em Taiwan nasceu uma província. Como pode ver, ela tinha um espírito missionário muito grande. 

  • Site Franciscanos - Quantas irmãs tem a Congregação hoje?
Ir. Nila – A Congregação já chegou a ter 600 irmãs. Hoje, somos 389 irmãs. Mais da metade da Congregação está no Brasil. Só na província de Belém, somos 102 e 98 em Salvador. Atualmente, a Europa vive uma crise vocacional muito grande. A Província da Alemanha é formada majoritariamente por idosas, sem muitas perspectivas de
entradas. Nos EUA não é diferente. Já Taiwan e Namíbia têm muitas vocações. 

  • Site Franciscanos – Quais os maiores desafios nas regiões da Amazônia?


Ir. Nila  A própria situação geográfica já é difícil. As distâncias são muito grandes. Então, praticamente em todas as cidades que Dom Amando mandou os frades, as irmãs estavam presentes. Por exemplo, em Santarém, durante muito tempo só tinha a presença dos frades e a nossa. Nós sempre tivemos uma relação fraterna muito boa com os frades. Como agora, na aldeia de Cururu e em Jacareacanga. 

  • Site Franciscanos - Como é a Missão nestes lugares?



Ir. Nila - A Missão Cururu fica no Alto Tapajós. Lá só existe a população indígena mesmo. É feito ali um trabalho na área de saúde, educação e evangelização. Tudo respeitando a cultura indígena. Tanto, que na celebração eucarística, a leitura é feita na língua mundurucu. 




  • O Evangelho é na língua portuguesa. É uma educação diferenciada, própria para os índios. Os professores são quase todos índios e o calendário escolar é totalmente diferenciado e feito de acordo com a colheita. Frei Amarildo aprendeu a língua mundurucu muito bem e fez muitas cartilhas bilíngües. Depois desta missão, a cidade mais próxima, que leva um dia de viagem de “voadeira” (lancha), praticamente sem interrupção, é Jacareacanga. Lá, as irmãs trabalham com os frades na vila, nos rios, com os ribeirinhos, uma população totalmente diferenciada da cidade e que tem um ritmo próprio de vida – e nas aldeias, com a população indígena.

  • VENHA VOCÊ TAMBÉM FAZER PARTE DESTA OBRA.

           Conteúdo retirado do site FRANCISCANOS 
                                                                                             Por:Marcelia Bruna

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